'Não há racionalidade econômica', diz Haddad sobre tarifas de Trump

'Não há racionalidade econômica', diz Haddad sobre tarifas de Trump

Para o ministro se trata de uma decisão política. Haddad também culpou a família do ex-presidente Jair Bolsonaro por ter contribuído para a decisão. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (10), que não há “racionalidade econômica” na decisão do presidente americano, Donald Trump, em taxar produtos brasileiros. Segundo ele, trata-se de uma decisão política.
“Eu acredito que essa decisão é uma decisão eminentemente política, porque ela não parte de nenhuma racionalidade econômica. Não há racionalidade econômica no que foi feito ontem, uma vez que os EUA, como todos sabem, ele é super arbitrário com relação à América do Sul como um todo, e ao Brasil também”, afirmou Haddad.
“O Brasil como um todo, nos últimos 15 anos, nos tivemos um déficit de bens e serviços de mais de 400 bilhões de dólares dos EUA, então não há racionalidade econômica na medida que foi tomada”, prosseguiu.
Haddad também culpou a família do ex-presidente Jair Bolsonaro por ter contribuído para a decisão. O ministro também fez críticas ao governador Tarcísio de Freitas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nessa quarta-feira (9) a imposição de taxa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, a mais alta entre as novas tarifas divulgadas pelo norte-americano (entenda mais abaixo).
A determinação gerou reações negativas do governo brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o país não aceitará ser tutelado por ninguém e que a elevação unilateral de tarifas sobre exportações brasileiras anunciada será respondida com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
A lei, aprovada pelo Congresso quando Trump começou a impor tarifas extras a países de todo o mundo, prevê que o Brasil deve reagir de forma semelhante ao aumento de taxas.
Lei da Reciprocidade: entenda o texto citado por Lula para responder tarifaço de Trump
Tarifas de Trump
A tarifa de 50% anunciada nesta quarta-feira (9) por Donald Trump sobre produtos brasileiros é a mais alta entre as novas taxas divulgadas até agora pelo presidente dos Estados Unidos.
Leia também: Tarifa de 50%: Brasil enfrenta a maior taxa entre países notificados por Trump; veja lista
Na segunda-feira, o republicano iniciou o envio de cartas informando as tarifas que os países terão de pagar a partir de 1º de agosto caso não firmem um acordo comercial com os EUA. No primeiro dia, 14 nações receberam os comunicados.
De forma geral, Trump definiu tarifas mínimas sobre produtos importados, que variam entre 20% e 50%, a depender do país, com validade a partir de 1º de agosto.
Entre as 22 nações já comunicadas, o Brasil ficou com a taxa mais alta. A menor tarifa foi anunciada para as Filipinas (20%). A expectativa é que novas cartas sejam divulgadas nos próximos dias.

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