A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) uma moção de louvor ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o chama de exemplo a ser seguido.
Um requerimento do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), aliado de Jair Bolsonaro (PL), afirma que o americano “deve ser enaltecido e lembrado como um melhores presidentes do mundo e exemplo a ser seguido para a implementação e manutenção de uma democracia moderna e justa”.
O texto, de caráter simbólico, ressalta feitos dos primeiros cem dias de governo Trump. Entre eles, cita o “perdão dos envolvidos no incidente de 06 de janeiro de 2021, no Capitólio dos EUA“.
Na ocasião, uma multidão de apoiadores do republicano, insuflados pelo então presidente, invadiu o Congresso americano para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden contra Trump. Cinco pessoas morreram no episódio.
A menção ao Capitólio faz um aceno ainda para a lei da anistia para o envolvidos no 8 de janeiro de 2023, episódio frequentemente comparado com a invasão em Washington. A anistia é objeto de discussão hoje no Congresso.
Na segunda-feira (7), o presidente americano defendeu Jair Bolsonaro em publicação em rede social, chamando o julgamento de que Bolsonaro é réu de caça às bruxas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu à nota, afirmando não aceitar interferência na política interna do Brasil “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano”, escreveu Lula em nota.
O petista, porém, tem um histórico de ações similares. A mais recente ocorreu na semana passada, quando esteve na Argentina e visitou sua aliada Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar. Lula posou para foto segurando um cartaz em que pede liberdade para a ex-líder argentina.
Nesta quarta, a comissão aprovou também moções de repúdio à visita de Lula e outro requerimento para convocar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com o objetivo de que o ministro explique o encontro do presidente brasileiro com Cristina.
Já Bolsonaro comemorou a publicação de Trump o defendendo. “Recebi com muita alegria a nota do presidente”, disse o ex-presidente em suas redes sociais. “Este processo ao qual respondo é uma aberração jurídica, clara perseguição política, já percebida por todos de bom senso”, completou o ex-presidente, que está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A Comissão de Relações Exteriores é liderada por Filipe Barros (PL-RJ) e tem sido usada pela oposição ao governo Lula para criticar a política externa do petista em temas caros a bolsonaristas, como as relações do Brasil com os EUA, com Israel e com a Venezuela, entre outros.
Neste ano, a comissão já aprovou uma moção de louvor ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato sob alegação de estar sendo perseguido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
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