A pouco mais de um ano para as eleições de 2026, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) aparece como o principal nome na disputa pelo governo do Paraná. As pesquisas eleitorais têm confirmado esse cenário, dando, por ora, ampla vantagem de Moro sobre os demais potenciais candidatos.
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O levantamento mais recente do instituto Paraná Pesquisas, divulgado na última terça-feira (8), dá a Moro mais de 18 pontos percentuais de diferença para os eventuais adversários — em um dos cenários, a vantagem é superior a 26 pontos percentuais. Nas simulações de segundo turno, o ex-juiz da operação Lava Jato também confirma o atual favoritismo.
De acordo com especialistas ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo, há dois pontos principais que explicam essa vantagem: o nome de Moro está consolidado como um potencial candidato e não há, hoje, nenhum concorrente com nome solidificado para a disputa ao Palácio Iguaçu em 2026.
“O nome dele está vivo já há algum tempo e não há outro nome com a mesma estrutura, no sentido de estar sedimentado. Por isso, hoje não há sequer margem de comparação”, opina o cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Mário Sérgio Lepre.
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Para 2026, Sergio Moro ainda carrega imagem da “nova política”
Sergio Moro foi eleito senador em 2022 com 1.953.188 votos válidos — 255 mil a mais que Paulo Martins (PL), atual vice-prefeito de Curitiba. Na ocasião, o ex-juiz estava iniciando a carreira política, ainda na esteira da operação Lava Jato e do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do ex-presidente Jair Bolsonaro, cadeira que ocupou entre 2019 e 2020.
Ele é visto pela população como uma nova geração de políticos, descolado de grupos tradicionais do estado, apesar de ter se aproximado de Ney Leprevost (União Brasil) na eleição para a prefeitura de Curitiba no ano passado, quando sua esposa, a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil), concorreu como vice de Leprevost. A chapa foi a quarta mais votada e, após o primeiro turno, houve trocas de acusações.
Apesar disso, o nome de Moro se manteve em evidência, além da própria atividade parlamentar no Senado, marcada pela forte oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele é um nome que naturalmente aparece forte, é um nome natural como liderança política, que o eleitor mantém a lembrança da operação Lava Jato. Somado a isso tem o fato de que o governador Ratinho Junior não pode tentar a reeleição, forçando a migração de votos”, avalia o professor de Direito Eleitoral e Constitucional da UniBrasil Sérgio Pádua.
Até agora, o governador Ratinho Junior (PSD) não confirmou quem deverá ser o seu candidato a sucessor. Alguns nomes estão sendo cogitados, mas nenhum deles teria, hoje, força para bater Moro em 2026. O secretário estadual das Cidades, Guto Silva (PSD), e o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Alexandre Curi (PSD), aparecem como principais possibilidades — o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca (PSD) e o atual vice-governador Darci Piana (PSD) correm por fora.
Mesmo as pesquisas colocando Sergio Moro como favorito em 2026, ele ainda não foi categórico quanto à candidatura ao Palácio Iguaçu. No entanto, Moro vem dando algumas pistas que esse deverá ser o caminho no ano que vem.
A cada pesquisa que é publicada, por exemplo, ele não hesita em compartilhá-la nas redes sociais, destacando a vantagem para os concorrentes. Na mais recente, escreveu: “Honrado pela preferência dos paranaenses. Gratidão.”
Ao programa Sem Rodeios, da Gazeta do Povo, na última quarta-feira (9), ele falou que essa decisão deverá ser tomada “mais adiante” e que hoje o foco dele é em seu trabalho no Senado. “O resultado dos trabalhos aqui no Senado vai refletir na preferência dos eleitores”, disse então.
- Metodologia da pesquisa citada: 1.540 entrevistados pelo Paraná Pesquisas, em 62 municípios do Paraná, entre os dias 3 e 6 de junho de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 2,5 pontos percentuais.