EUA sancionam presidente de Cuba por violações de direitos humanos

EUA sancionam presidente de Cuba por violações de direitos humanos

Medida foi anunciada pelo governo Trump no aniversário de quatro anos dos protestos de 11 de julho de 2021, quando milhares de cubanos foram às ruas gritando ‘temos fome’ e ‘abaixo a ditadura’

Ernesto Mastrascusa/EFEFotografia de veículos nesta sexta-feira, em Havana (Cuba).
Veículos circulam por Havana, capital de Cuba

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (11) sanções contra o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, por participação em “graves violações de direitos humanos”. A medida marca o quarto aniversário dos protestos de 11 de julho de 2021, quando milhares de cubanos foram às ruas gritando “Temos fome” e “Abaixo a ditadura”. Foi a maior mobilização popular desde a Revolução de 1959. Na ocasião, uma pessoa morreu, dezenas ficaram feridas e centenas foram presas.

No mesmo dia dos protestos, Díaz-Canel, em pronunciamento na TV, conclamou apoiadores do governo a enfrentarem os manifestantes, o que intensificou a repressão. Em nota, o Departamento de Estado americano informou que está implementando medidas para restringir a entrada no país de “líderes-chave do regime cubano”, em solidariedade ao povo da ilha e aos presos políticos. Além de Díaz-Canel, também foram sancionados os ministros da Defesa, Álvaro López Miera, e do Interior, Lázaro Alberto Álvarez Casas.

Os EUA também impuseram restrições de visto a dezenas de agentes do Judiciário e do sistema penitenciário cubano acusados de envolvimento em prisões arbitrárias e torturas de manifestantes. Os nomes não foram divulgados. As medidas fazem parte da política de linha dura retomada pelo presidente Donald Trump, que, ao retornar à Casa Branca em janeiro, assinou um memorando reafirmando o embargo econômico e prometeu ampliar a pressão sobre o governo cubano.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, reagiu com críticas: “Os EUA podem manter uma guerra econômica contra Cuba, mas não vão dobrar a vontade do nosso povo nem de seus líderes”, escreveu na rede X (antigo Twitter). Organizações de direitos humanos estimam que entre 360 e 420 pessoas seguem presas por participação nos protestos de 2021. Já o governo americano fala em 700 detidos, muitos sob denúncias de tortura.

Nesta sexta-feira, o senador Marco Rubio, influente na política externa dos EUA para a América Latina, acusou Cuba de torturar o dissidente José Daniel Ferrer. Ele exigiu uma “prova de vida imediata” e a libertação de todos os presos políticos. Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), havia sido libertado em janeiro após um acordo entre Cuba e o Vaticano, mas teve a liberdade condicional revogada em abril. Desde então, sua família denuncia que ele tem sido torturado na prisão.

“Está sendo levado ao limite. Pode morrer a qualquer momento”, escreveu sua irmã, Ana Belkis Ferrer. Ela relatou que, durante visita recente, a esposa do ativista viu ferimentos na cabeça, hematomas, lesões na boca e no ouvido, além de sinais de maus-tratos. Segundo a denúncia, ele teria sido espancado por outros presos a mando da direção do presídio e forçado a ingerir sopa estragada sob ameaça de violência.

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O Departamento de Estado americano também ampliou a lista de locais proibidos para turistas americanos em Cuba. A nova versão inclui 11 propriedades ligadas ao governo cubano, entre elas o hotel de luxo “Torre K”, em Havana. Segundo Rubio, o objetivo é impedir que “dólares americanos financiem a repressão”. “Inaceitável que o regime invista milhões em hotéis enquanto falta comida, água, remédios e energia para a população”, afirmou o senador.

*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira

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