O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), indeferiu nesta segunda-feira (30) o pedido da defesa de Jair Bolsonaro (PL) sobre o perfil nas redes sociais que aponta ser do delator Mauro Cid. Os advogados do ex-presidente queriam que o relator incluísse no processo da trama golpista de 2022 documentos que provariam a vinculação do perfil ao ex-ajudante de ordens.
“Conforme já ressaltado inúmeras vezes, não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo. O curso da ação penal seguirá normalmente, e a Corte analisará as questões trazidas no momento adequado”, disse o ministro.
O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente, apresentou ainda nesta segunda os documentos para contestar a afirmação do tenente-coronel de que não usava o perfil “Gabrielar702” para se comunicar com pessoas no Instagram.
A equipe de Bolsonaro pedia a juntada das informações mencionadas aos autos do processo antes da apresentação das alegações finais da PGR (Procuradoria-Geral da República).
As informações indicariam que o perfil no Instagram está vinculado ao e-mail “maurocid@gmail.com” —que, por sua vez, foi criado em 2005 e está atrelado ao número do celular de Cid apreendido pela PF.
De acordo com o advogado, a vinculação do número de celular de Cid ao e-mail que criou o perfil no Instagram prova que “as mentiras do delator não só têm se amontoado, como são cada vez mais descaradas e, aparentemente, envolvem destruição de prova”.
Ele incluiu documentos na petição ao STF que mostram que, segundo dados do Google e da Meta, dona do Instagram, o computador que administrava o email ficava no endereço de Mauro Cid.”
A resposta do relator teve uma página.
O ministro abriu a fase de alegações finais do processo contra o núcleo central da trama golpista na última sexta (27).
É a última etapa antes do julgamento de Bolsonaro e dos outros sete réus por integrar organização criminosa que supostamente tentou dar um golpe de Estado contra a eleição de Lula (PT) em 2022.
A defesa de Bolsonaro tem questionado a validade da colaboração premiada de Mauro Cid. No caso da conta “Gabrielar702”, o advogado Luiz Eduardo Kuntz, defensor de outro réu, Marcelo Câmara, enviou Supremo fotos e áudios de conversas que ele diz ter mantido com o militar nas quais ele supostamente conta detalhes de seus depoimentos e faz desabafos, o que colocaria em xeque a delação.
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