O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, protagonizou um debate agressivo envolvendo troca de ofensas e acusações com deputados na oposição nesta quarta-feira, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Questionado sobre a gastança do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com aumentos de impostos e mesmo assim o registro de déficits nas contas públicas pelos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), Haddad partiu para o ataque.
Logo de largada, Haddad afirmou que os parlamentares fizeram os questionamentos mas, depois, deixaram a audiência pública sem ouvir as respostas, algo que ele classificou como “molecagem”.
“Agora aparecem dois deputados, fazem as perguntas e correm do debate. Nikolas sumiu, só para aparecer. Pessoas falaram, agora tenha maturidade. E corre daqui, não quer ouvir explicação, quer ficar com o argumento dele. Não quer dar chance de o diálogo fazer ele mudar de ideia. Esse tipo de atitude não é boa, venho aqui para debater. Esse tipo de atitude de alguém que quer aparecer na rede e some. É um pouco de molecagem, e isso não é bom para a democracia”, declarou Haddad.
Em seguida, o ministro da Fazenda tratou do questionamentos sobre o aumento de impostos e o déficit nas contas públicas, após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro ter registrado, em 2022, seu último ano, um saldo positivo de R$ 54 bilhões.
Segundo Haddad, o superávit nas contas públicas em 2022 foi feito às custas de:
“calote” com os governadores, que tiveram de reduzir o ICMS dos combustíveis para baixar “artificialmente” o preço da gasolina em ano eleitoral;
“calote” nos chamados “precatórios”, ou seja, sentenças judiciais;
a venda da Eletrobras “na bacia das almas”, o que ele considerou como “barbeiragem e vergonha”,
o envio de centenas de bilhões pelas Petrobras em dividendos, que ele identificou como um tipo de “depenagem”.
Em 2022, o Congresso Nacional aprovou projeto que limitou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo – que foi sancionado por Bolsonaro posteriormente.
