By No ConectaPR, a conexão entre grandes e pequenos negócios do Paraná se tornou ainda mais intensa. Nesta sexta-feira (11), o Sebrae/PR lançou, durante o evento, o programa Inovação Aberta, que irá selecionar micro e pequenas empresas para atender demandas de companhias de maior porte em termos de inovação. O programa, que selecionou seis grandes empresas das regiões de Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava e Litoral, seguirá até março de 2026.
No evento, o programa foi apresentado para as startups e contou com a presença de representantes das seis empresas escolhidas para participar do Inovação Aberta: Cibra, Herbarium, Grupo MM, Volvo, Tequaly e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Após o lançamento oficial, as startups interessadas em participar realizaram um bate-papo com as companhias de maior porte e tiraram suas principais dúvidas sobre as demandas de cada uma.
A partir de agora, o programa terá algumas etapas. A próxima será realizada na Feira do Empreendedor em Curitiba, entre 11 e 14 de setembro. Lá, as grandes empresas irão anunciar quais são as suas principais demandas em termos de inovação e qual a maturidade exigida para cada solução. Em seguida, os micro e pequenos negócios terão até março do ano que vem para desenvolver projetos e apresentá-los na etapa de matchmaking, que vai efetivar a conexão entre as empresas.
Vinícius Galindo, consultor do Sebrae/PR, explica que o objetivo do programa Inovação Aberta é oferecer uma oportunidade para que empresas de grande porte, com suas demandas específicas, se conectem com empreendedores que tenham a capacidade de atender tais desafios. Para ele, o lançamento durante o ConectaPR é uma forma de chamar startups para propor soluções.
“Uma grande empresa é também uma catalisadora de soluções inovadoras, pois os seus desafios possibilitam que startups tenham mais acesso ao mercado e viabilidade financeira para os seus projetos. Por isso, o Sebrae/PR procurou algumas das maiores empresas do Paraná para fazer parte do programa, em que elas possam apresentar demandas de inovação que os pequenos negócios entendam e proponham soluções. No ConectaPR, estamos apresentando quais são as grandes empresas e chamando as startups para fazer negócios”, afirma Galindo.
Em busca
Entre as grandes empresas, as demandas em termos de inovação passam pelo “fazer diferente”. Alexandre Parker Machado, diretor da área de assuntos corporativos da Volvo na América Latina, aponta que, após a experiência bem-sucedida com o programa no ciclo anterior, o objetivo é encontrar startups que sigam trazendo um novo olhar para os desafios da empresa.
“Cada área da Volvo exige uma solução diferente, com variados estágios de maturação. No ano passado, tivemos projetos de inovação aberta que responderam muito aos nossos desafios, especialmente em melhoria de processos, diagnósticos e em previsão de mercado na área de manufatura. Para o ciclo deste ano, queremos aumentar a taxa de sucesso dos desafios e que as startups venham com um olhar diferente, que não esteja amarrado às estruturas da empresa”, reforça Machado.
Para quem está participando pela primeira vez, a expectativa é a de que as startups da área de inovação contribuam para que a empresa, já de grande porte, consiga alçar voos ainda mais altos, como espera Rafael França, diretor de agilidade e inovação da Cibra.
“Quando decidimos participar, vimos que o Sebrae/PR possui uma estrutura muito interessante para pensar em inovação aberta. Nós já tínhamos algumas iniciativas nessa direção, mas sempre de forma isolada e pouco estruturada. Com o programa, temos a projeção de acessar um número muito maior de pequenos negócios, impulsionar novos e nos relacionarmos com empresas que possuam outras formas de pensar as nossas demandas e nos ajudem a mudar de patamar no mercado”, observa o diretor.
Prontos para inovar
Do ponto de vista dos micro e pequenos negócios, o Inovação Aberta funciona como uma porta de entrada, para que novas ideias possam impulsionar tanto quem apresenta os desafios quanto quem busca solucioná-los. Jéssica de Miranda Paulo, CEO de uma startup de gestão de emissão de gases, reforça que o programa é um facilitador neste diálogo.
“Normalmente, conseguir o contato com a área de inovação de empresa de maior porte é algo difícil. Com o programa, eu consigo apresentar o trabalho da startup, mostrar a sua importância na área de inovação aberta e acessar potenciais parceiros de maneira fácil e direta. Inclusive já tenho algumas ideias em mente para trabalhar com demandas dessas empresas”, comenta Jéssica.
Outro ponto importante da dinâmica realizada no ConectaPR foi a possibilidade de saber, dos próprios diretores e gestores de inovação das grandes empresas, como foram as suas experiências anteriores com projetos de inovação aberta. É o que analisa João Vitor Burato, engenheiro de produção de uma startup de seleção de materiais de Londrina.
“Conversando com as demandantes, temos uma visão do que eles estão procurando nas startups, o que nos permite ter uma estratégia melhor, calcular os riscos e entender o que deu certo e o que não deu em experiências anteriores. Em inovação, as coisas não começam do mesmo jeito que terminam, então é bom ter uma noção de como as empresas encaram mudanças e assim estaremos mais preparados para fechar parcerias”, aponta Burato.
