A morte de Guilherme Dias Santos Ferreira por um policial militar fez com que a oposição voltasse a pressionar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pedir a exoneração do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP).
Autor do disparou que matou Guilherme, o policial Fábio Anderson Pereira de Almeida pagou fiança de R$ 6.500 e responderá em liberdade. Segundo a gestão Tarcísio, Almeida teria confundido Guilherme, um homem negro, com um assaltante. O policial foi afastado das ruas e fará serviços administrativos na PM.
“Além de criticar os policiais que mataram o Guilherme, o estudante de medicina [Marco Aurélio Cardenas Acosta] e tantos outros, temos que cobrar do governador uma providência rápida e dura”, disse o deputado estadual Paulo Fiorilo (PT).
“A culpa é do Tarcísio, que não toma atitude e precisa tirar o Derrite urgente e reorientar a Polícia. Com pais e mães chorando no caixão, o governador se esquiva. Ele precisa tirar o cara que foi do Choque da Segurança Pública, que matou gente e fez elogios aos policiais que matam”, completa Fiorilo.
O líder do PSOL na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Guilherme Cortez, afirmou que a PM sob a gestão Tarcísio e Derrite está descontrolada. O psolista relembrou que a oposição já fez pedidos pelo impeachment de Derrite.
“Ele segue blindado por Tarcísio e sua bancada governista. Quantas vítimas mais serão necessárias para que ele deixe de ser secretário? Isso não é um caso isolado quando está à frente da pasta de Segurança um incentivador da violência policial”, afirmou o psolista.
“Estamos colecionando casos brutais de violência policial em São Paulo, na maioria das vezes calcada pelo racismo estrutural”, prosseguiu o psolista.
Em junho, as bancadas feministas do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo e da Alesp enviaram um ofício à ONU (Organização das Nações Unidas) para denunciar o aumento de mortes de crianças e adolescentes por letalidade policial no estado.
O documento, assinado por deputadas e vereadoras, cita um relatório feito pela Unicef em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e que indica que, entre 2022 e 2024, houve um aumento de 120% nas mortes de jovens dos 10 aos 19 anos em decorrência de intervenção policial.
“Infelizmente, [a morte do Guilherme] não vai ser o último caso na gestão do Derrite. Isso porque outras pessoas confundidas ou não com bandidos já foram assassinadas da mesma forma. É uma prática que a PM tem adotado”, disse Paula Nunes, da Bancada Feminista do PSOL na Alesp.
“O Derrite, conhecido por sua atuação truculenta na Polícia Militar, incentiva este tipo de ação. Quando questionei a morte de uma criança de 4 anos, o secretário disse que eu fazia vitimismo barato”, complementou.
O deputado Guilherme Boulos (PSOL) também se manifestou através das redes sociais. “Mais um “caso isolado” da PM de Tarcísio e Derrite”, escreveu Boulos. “O PM pagou uma fiança de R$ 6 mil e está livre; a viúva de Guilherme, um homem negro, nunca mais irá vê-lo novamente. Revoltante!”
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