O líder do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a proibição pelo governo Donald Trump de que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e “seus aliados” na corte entrem nos Estados Unidos é “uma retaliação explícita às decisões da Justiça brasileira”.
A proibição, divulgada na noite desta sexta-feira (18), ocorre após a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizada nesta manhã. Por ordem de Moraes, o ex-presidente, que é acusado de liderar uma trama golpista em 2022, terá que usar tornozeleira eletrônica.
Suspeito de atentar contra a soberania do Brasil após a crise do tarifaço de Trump, o ex-presidente também está proibido de se aproximar de embaixadas e consulados estrangeiros.
Para Lindbergh Farias, a decisão de Trump é uma retaliação “em especial” à imposição da tornozeleira. “É uma tentativa de constranger magistrados e interferir indevidamente em nossa soberania. Um ato inaceitável de agressão a um Poder da República”, escreveu no X.
Ainda segundo o líder do PT, a medida “reflete o avanço da ofensiva internacional da extrema direita contra o Judiciário brasileiro”.
“A aliança entre bolsonarismo e trumpismo ultrapassou todos os limites. Transformaram um processo penal legítimo em chantagem diplomática. O Brasil não se curvará. Defenderemos nossas instituições, nossa democracia e nossa soberania!”, conclui.
A punição a Moraes ocorre após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ter feito um périplo por Washington em busca de punições ao ministro do STF nos últimos meses.
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em rede social. “Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na corte, assim como para familiares diretos, imediatamente”, disse.