Ratos paralisados voltam a andar com novo implante cerebral

Ratos paralisados voltam a andar com novo implante cerebral

Tecnologia usa estímulos elétricos para recuperar movimentos e traz esperança no combate à lesão medular

camundongo
Imagem: shutterstock/Egoreichenkov Evgenii

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Pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, desenvolveram uma tecnologia minimamente invasiva que restaurou parcialmente o movimento em ratos com lesões na medula espinhal — um avanço promissor rumo a tratamentos eficazes para lesões medulares em humanos e animais de estimação.

O estudo sobre a tecnologia foi publicado na revista Nature Communications.

Uma visualização do implante da medula espinhal após ser embutido subduralmente em um rato – Imagem: Universidade de Auckland

Detalhes do estudo

  • A inovação consiste em um implante ultrafino, biocompatível, que se ajusta diretamente ao local da lesão e aplica descargas elétricas controladas de baixa frequência.
  • Esse estímulo promoveu a regeneração de fibras nervosas (axônios) e a formação de novas conexões neurais na medula espinhal danificada.
  • Os pulsos usados, com frequência de 2 Hz, já haviam se mostrado eficazes em laboratório para estimular o crescimento de neurônios.
  • No experimento, dois grupos de ratos com lesão espinhal foram acompanhados: um recebeu o tratamento elétrico por até 12 semanas, e o outro se recuperou naturalmente.
  • Após quatro semanas, os ratos tratados apresentaram melhorias motoras significativas, incluindo melhor coordenação, posicionamento das patas, resposta ao toque e recuperação sensorial.

Leia mais:

O implante biocompatível possui pequenos eletrodos para fornecer um estímulo elétrico controlado diretamente ao local da lesão na medula espinhal – Imagem: Universidade de Auckland

Abordagem se mostrou superior a métodos anteriores

Embora estudos anteriores, como um de 2012 na Suíça, já tenham usado estimulação elétrica em combinação com terapias químicas e reabilitação, a nova abordagem é menos invasiva, focada exclusivamente na estimulação elétrica e não causa danos adicionais à medula.

Ainda que os ratos tenham maior capacidade de regeneração espontânea que os humanos, os resultados abrem caminho para novas terapias.

A equipe planeja seguir investigando os efeitos de diferentes dosagens de estimulação, com o objetivo de criar um dispositivo médico que possa ser utilizado em humanos com lesão medular.

Implante com pulsos elétricos mostra recuperação motora em ratos e avança em direção à aplicação clínica em humanos – Imagem: Gallinago_media/Shutterstock


Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.


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