Brasília é segunda capital colocada no ranking de ingestão excessiva no país. Alcoolismo é considerado doença desde 1967 pela Organização Mundial da Saúde. Homem com cabeça deitada sobre o braço, em uma mesa, e garrafa de bebida, em imagem ilustrativa
Arquivo
Nesta terça-feira (18) é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo. O vício em bebidas alcoólicas é considerado uma doença desde 1967 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que as autoridades lidem com o assunto como uma questão de saúde pública.
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🔎Brasília é a segunda capital onde mais álcool no país. Segundo o Ministério da Saúde, só perde para Salvador, na Bahia.
No Distrito Federal, os consumidores gastaram mais de R$ 650 milhões em bebidas alcóolicas em 2024, segundo dados do IPC Maps, que estuda o perfil de consumidores. Em um ano, o número aumentou 27%, veja diferença:
2023: R$ 511.707.000;
2024: R$ 650.046.432 (+27%).
“Temos que repensar a cultura do álcool. Ela é socialmente aceita e culturalmente incentivada para uso recreativo. É um gasto que poderia ser evitado. As pessoas têm uma percepção pequena de risco da bebida, até gerar um vício, violência ou acidente de carro”, diz a presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, Renata Figueiredo.
📌De acordo com o último relatório, de 2023, da OMS, o álcool é responsável por cerca de 2,6 milhões de mortes anualmente, sendo que os homens representam quase 75% desse total.
Onde buscar tratamento público no DF❓
Garrafas de bebida desfocadas, em imagem de arquivo
Gerd Altmann para Pixabay
Um a cada quatro indivíduos apresentou consumo abusivo de bebidas alcoólicas no Distrito Federal, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico referente a 2023, da Secretaria de Saúde (SES-DF).
Atualmente existem sete Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD) que atendem pelo SUS pessoas maiores de 16 anos com intenso sofrimento psíquico decorrente do uso nocivo e dependência de álcool e outras drogas.
Três desses CAPS têm funcionamento 24 horas, incluindo fins de semana e feriados. Eles ficam em Ceilândia, no Setor Comercial Sul e em Samambaia.
Os demais, com atendimento diário, ficam nas seguintes regiões:
Guará;
Santa Maria;
Sobradinho;
Itapoã;
Samambaia.
🔎Veja aqui os endereços dos Caps AD
De acordo com a psiquiatra do CAPS AD III da Ceilândia Clara de Castro, o primeiro passo para vencer o vício é perceber o aumento no consumo da bebida e admitir que realmente se encontra em dependência da droga não ilícita.
“É necessário ter em mente o poder que o álcool exerce na vida das pessoas e também os padrões comportamentais. Alcoólatra não é somente quem bebe todo dia, é importante observar o prejuízo que o uso da bebida causa na vida de quem a consome”, diz a psiquiatra.
Alcoólicos Anônimos (A.A.)
O A.A. é uma “irmandade” de pessoas que se unem com o objetivo de lutar contra o alcoolismo compartilhando experiências, forças e esperanças. O interessado em largar a bebida pode procurar um dos 61 grupos de apoio presencial em 21 regiões administrativas do Distrito Federal.
🔎 Veja aqui os endereços do A.A. e horários das reuniões
Para se tornar um membro, não é necessário nenhuma mensalidade ou pagamento de qualquer tipo, basta apenas sentir vontade de parar de consumir bebidas alcoólicas. O A.A. não é ligado a nenhuma religião, seita ou movimento político.
Como identificar o alcoolismo❓
Os sinais de embriaguez são conhecidos: euforia, alterações no comportamento, perda da timidez, emotividade exagerada e, em alguns casos, tendência à agressividade. Já os sintomas do alcoolismo vão além da toxidade causada no organismo.
O g1 preparou uma lista com sinais comportamentais de alcoolismo:
receber frequentemente comentários de familiares alertando sobre o alto consumo de bebidas alcoólicas;
só ter interesse em praticar atividades de lazer se houver o consumo de álcool;
ter abstinência ou mal-estar no corpo quando parar de consumir a bebida;
apresentar paranoia e alucinações;
tentar esconder as evidências do consumo de bebidas alcoólicas;
apresentar sinais preocupantes, como perda de memória, tremores, insônia e falta de apetite.
Quanto posso beber?
A Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma não existir um padrão de consumo de álcool que seja absolutamente seguro. Atualmente, não existem definições oficiais para dose padrão e consumo moderado no Brasil.
Porém, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) considera que uma dose padrão corresponde a 14 g de etanol puro no contexto brasileiro. Isso corresponde a:
350 ml de cerveja (5% de álcool);
150 ml de vinho (12% de álcool);
45 ml de destilado (como vodca, cachaça e tequila, com aproximadamente 40% de álcool).
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