A expectativa é que Han Duck-soo anuncie a sua candidatura à presidência nesta sexta-feira. O candidato da oposição, Lee Jae-myung, sofreu um revés na Suprema Corte que coloca em jogo a sua elegibilidade. O presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (1º) para assumir o que chamou de “responsabilidades maiores”. A expectativa é que ele concorra à eleição presidencial, que ocorrerá em 3 de junho.
O país vive um período de turbulência política após o impeachment do ex-presidente Yoon Suk Yeol. Em dezembro do ano passado, ele decretou a lei marcial sob o argumento de que a oposição estava tentando sabotar seu governo. Ele foi indiciado por insurreição.
Com a renúncia, o vice-primeiro-ministro Choi Sang-mok assume o posto de presidente interino da Coreia do Sul até as eleições.
Segundo a imprensa sul-coreana, Han deve lançar a sua candidatura oficialmente nesta sexta-feira (2). Ele atuava antes como o primeiro-ministro de Yoon e emergiu como uma potencial liderança conservadora. O seu principal adversário na disputa eleitoral é líder da oposição Lee Jae-myung, cuja elegibilidade pode estar em risco após uma decisão da Suprema Corte nesta quinta (leia mais abaixo).
O presidente interino Hand Duck-soo fala durante uma coletiva de imprensa em Seul nesta quinta-feira
Hong Hae-in/Yonhap via AP
Han tem 75 anos e é um burocrata de carreira com cerca de 40 anos de serviço público. Ele ocupou cargos importantes em governos sul-coreanos, incluindo a chefia dos ministérios do Comércio e das Finanças. Ele também foi primeiro-ministro, considerado o segundo posto mais importante do país, em duas ocasiões: no mandato de Yoon e, antes, no governo do liberal Roh Moo-hyun, entre 2007 e 2008.
A aposta dos conservadores é que a sua ampla experiência no governo e no setor econômico atraia o favoritismo dos eleitores, especialmente no contexto da guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Candidatura de Lee Jae-myung
Ainda nesta quinta, a Suprema Corte da Coreia do Sul anulou uma decisão que havia inocentado o candidato do Partido Democrata Lee Jae-myung e colocou em dúvida a sua elegibilidade. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto.
O tribunal considerou que Lee violou a lei eleitoral ao fazer “declarações falsas” durante a sua candidatura presidencial de 2022.
Lee, que negou qualquer irregularidade, disse que não esperava que o veredicto se desenrolasse tão rapidamente. “Confiarei apenas no povo e seguirei em frente”, afirmou em uma nota publicada na sua página do Facebook.
A Suprema Corte agiu de forma excepcionalmente rápida para analisar o caso de Lee e não deu prazo para o tribunal de apelação, que normalmente leva meses para rever as decisões. Não ficou claro se uma decisão seria tomada antes da eleição de 3 de junho.
O professor de ciências políticas da Universidade de Myongji Shin Yul, ouvido pela agência de notícias Reuters, disse que a decisão foi um golpe para Lee e o Partido Democrata.
Em janeiro de 2024, Lee sobreviveu a uma tentativa de assassinato. Ele foi esfaqueado no pescoço por um homem que escreveu um manifesto dizendo que jamais permitiria que Lee se tornasse presidente.
Corte da Coreia do Sul ratifica impeachment de presidente que tentou dar impeachment
Presidente interino da Coreia do Sul renuncia ao cargo e deve concorrer à eleição

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